Um dos maiores desafios que as comunidades quilombolas brasileiras enfrentam hoje é o elevado índice de analfabetismo. Segundo novos dados divulgados em julho deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo Demográfico 2022, a taxa de analfabetismo entre os quilombolas é 2,7 vezes maior do que a da população brasileira em geral.
O analfabetismo tem consequências profundas para as comunidades quilombolas, uma vez que a falta de habilidades básicas de leitura e escrita impede a população de ter acesso a boas oportunidades de emprego. Além disso, a ausência de educação básica afeta duramente a preservação e a valorização da cultura quilombola.
Os dados da pesquisa indicam que, entre um total de 1 milhão de quilombolas com 15 anos ou mais, 192,7 mil não sabiam ler nem escrever uma frase básica. Isso significa que 1 em cada 5 pessoas é analfabeta, correspondendo a uma taxa de 18,99%. Esse índice é mais que o dobro dos 7% observados na população total dessa mesma faixa etária. Em 2022, o Brasil tinha 11,4 milhões de analfabetos entre os 163 milhões de habitantes com 15 anos ou mais, segundo dados do Censo publicados pelo IBGE em maio.
O IBGE também aponta que esse problema costuma afetar mais as pessoas mais velhas, devido ao atraso em investimentos na área de ensino. Ou seja, os idosos encontravam mais dificuldades no acesso à educação em comparação com os jovens nos dias de hoje.
O levantamento utiliza o conceito de quilombolas como sendo descendentes dos africanos escravizados que formaram comunidades autossuficientes no Brasil, conhecidas como quilombos.
