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Inclusão e universalização digital nas escolas brasileiras são desafios debatidos em painel na Futurecom 2022

  • 27 de outubro de 2022
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Painel na Futurecom 2022

Garantir conexão de qualidade às escolas brasileiras, inclusive no interior do país, com criação de indicadores, é fundamental para diminuir a desigualdade entre estudantes

Universalizar a inclusão digital em todo o país, com conectividade de qualidade, foi o grande desafio discutido nesta terça-feira (18) na Futurecom2022, no painel “Conectividade e Educação: os impactos do 5G nas escolas e universidades”. O conselheiro da Anatel e presidente do Gape (Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos e Conectividade de Escolas), Vicente Aquino, participou do evento e reafirmou o propósito da entidade em conectar o máximo possível de escolas públicas brasileiras que não têm acesso à internet.

Os recursos de R$ 3,1 bilhões para o projeto do Gape vieram do leilão do 5G, como contrapartida das operadoras vencedoras. Segundo Vicente, o objetivo é levar conectividade às escolas de ensino básico com tecnologia suficiente para baixar videoaulas. “Meu grande sonho é deixar como legado a universalização de acesso e a inclusão digital para todos os cidadãos. Atualmente, a Região Norte de nosso país tem déficit de 60% de conectividade e o Nordeste, 29% e iremos atuar prioritariamente nestas regiões.”

Vicente Aquino afirmou ainda que está em fase de aprovação o projeto-piloto do Gape, que irá atender 177 escolas em dez municípios. “Os critérios de escolha dessas cidades passaram pelo IDH, contigente de pessoas desassistidas e falta de conectividade.” Os demais painelistas, Thales Gomes, coordenador jurídico do Cieb (Centro de Inovação para a Educação Brasileira), Tomas Galvão, gerente da MegaEdu, Paulo Kuester Neto, analista da Nic.br, afirmaram que o grande desafio do Brasil é discutir a qualidade da conexão das escolas.

 

Atualmente, segundo o Censo Escolar, 78% das escolas brasileiras têm acesso à internet, porém a qualidade do acesso impede que os estudantes possam usam os recursos disponíveis.  Além de melhorar a conexão, os painelistas concordaram que é preciso interiorizar as soluções tecnológicas disponíveis. “Por isso, nossa preocupação em levar conexão às comunidades, escolas ribeirinhas, e entendemos que o projeto traz um enorme potencializador de desenvolvimento local”, afirmou Vicente.

O presidente do Gape comemorou a possibilidade do recurso do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) também ser utilizado para a conexão da educação. “Foi aprovado o uso de 18% dos recursos para a conectividade das escolas, o que será um grande avanço. A partir dessas iniciativas, vislumbro um grande potencial financiador à frente, com recursos de novos agentes interessados no tema.”

O presidente da Eace, Maxwell Vieira, esteve presente no evento e afirmou que “é fundamental apresentar um projeto da magnitude desse em lugar onde o futuro está sendo discutido, pois sem a transformação da educação pública, nada será completo. Vamos conectar escolas por todo Brasil, incluindo as regiões mais longínquas e as escolas rurais, e oferecer a milhares de jovens a possibilidade de uma educação conectada com o mundo de hoje e com as demandas do futuro.”

A descentralização dos acessos à rede mundial de computadores no país, assim como o mapeamento de indicadores para a conectividade educacional e a qualidade de acesso foram pontos cruciais tratados no encontro.  Segundo os debatedores, a qualidade de conexão para a utilização na educação pode impactar positivamente o PIB brasileiro nos próximos anos. “Nosso momento é agora, não podemos perder esse lapso de tempo na educação”, afirmou Vicente.