Em nove capítulos, livro qualifica o letramento midiático como um direito à cidadania individual, garantidor da liberdade e democracia

As mídias digitais se tornaram uma necessidade básica da vida moderna, presente em diferentes esferas, como a política e a vida social, mas para que seja feito um uso apropriado é preciso estabelecer uma educação propositiva, visando o futuro e o desenvolvimento crítico de alunos e professores sobre as formas de lidar com as mídias, e não apenas interagir com elas. 

Esse é o conceito do professor David Buckingham apresentado no livro “Manifesto pela Educação Midiática”, lançado na Inglaterra em 2019 e recém-chegado ao Brasil.  De acordo com Buckingham, respeitado mundialmente como um dos maiores especialistas no tema, a “alfabetização digital” não é possível sem o empoderamento dos sujeitos para o uso dessas mídias a partir de um “entendimento social, político, econômico e cultural”. 

A obra apresenta como profissionais da educação formal e não formal podem unir prática e reflexão no uso das mídias para a formação das novas gerações, abordando questões sobre cultura e comunicação, que vão além dos meios digitais propriamente ditos, isto é, como a mídia funciona, comunica e representa o mundo, como produz e utiliza os conteúdos. 

O livro já se tornou referência para reflexão sobre o papel da educação midiática diante do poder exercido pelo capitalismo digital, representado por grupos de mídia globais que dominam a produção e a circulação de conteúdo. Além disso, traz questões relacionadas à saturação causada pelo excesso de informação, o impacto das mídias na saúde psicossocial, a criação e distribuição de fake news, além do crescimento do cyberbullying e discurso de ódio.