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Relatório da OCDE aponta que Brasil investe por aluno apenas um terço do valor aplicado por países desenvolvidos

  • 16 de setembro de 2024
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Quando se pensa na qualidade educacional de um país, os gastos financeiros normalmente são visualizados de maneira generalizada, ou seja, desde despesas federais, como os gastos na infraestrutura de centenas de creches e escolas, até gastos estaduais, como o gasto em materiais ou alimentação em escolas municipais e estaduais. Porém, você já se perguntou o valor que o estado brasileiro gasta por aluno? 

Segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o gasto anual no Brasil por aluno na educação básica é de 3.181 dólares, ou seja, aproximadamente R$17.972,65 (conversão feita em setembro de 2024). Quando não há uma média de comparação destes valores com outros países, pode-se acreditar que o Brasil investe um valor alto por aluno na educação básica, porém a situação não é bem assim.

De acordo com o relatório “Education at a Glance” de 2024, países ricos gastam em média um valor três vezes maior por aluno na educação básica. Alguns locais como: Suíça, Noruega, Bélgica, Coréia do Sul, Holanda, Japão, Portugal, Espanha, Chile e até Argentina, possuem investimentos maiores que o Brasil por aluno na educação básica.

Em entrevista ao jornal O Globo, Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, explicou que quando o crescimento econômico é baixo, há menos recursos para a educação, o que reduz os investimentos e, consequentemente, a velocidade dos avanços. Um ciclo que afeta o desenvolvimento econômico do país. 

Apesar disso, especialistas afirmam que aumentar os investimentos não garante, por si só, uma melhora na qualidade da aprendizagem, mas ressaltam que o Brasil enfrenta um cenário de subfinanciamento. Isso indica que, com uma boa aplicação, recursos adicionais poderiam trazer benefícios significativos. Segundo Cruz, a melhoria na aprendizagem depende tanto de investimentos quanto de uma gestão eficiente.

Um ponto negativo neste quesito, é de que o Brasil decresceu em gastos nos últimos anos, o que aponta um atraso ainda maior na educação brasileira, que já sofreu danos irreparáveis na pandemia de Covid-19. Entre os anos de 2015 e 2021, o investimento nacional caiu em média 2,5%, ao contrário dos países desenvolvidos, nos quais a injeção de recursos aumentou em 2,1% neste recorte temporal.

Os investimentos em outras etapas escolares também não trazem uma boa notícia para o Brasil. No Ensino Médio, por exemplo, a média de gastos por aluno é de 4 mil dólares, já das economias desenvolvidas é de 12,7 mil dólares, um valor expressivamente maior.

Já na primeira infância (0 a 3 anos de idade), o Brasil teve um aumento de 29% nos investimentos, o que demonstra uma ampliação importante no atendimento à primeira fase da vida. Porém, de acordo com o “Education at a Glance” de 2024, apenas 57% deste público no país, vai à escola. Isso demonstra que outras ações, aliadas ao aumento de investimentos por aluno devem ser realizadas, uma vez que, a média desta idade presente em período escolar em países desenvolvidos é de 70%.